quarta-feira, 2 de setembro de 2009

pequeno desabafo




Boa tarde a todos!

Em primeiro lugar, agradeço ao Louro José pelo espaço concedido.

Para quem não me conhece (ou seja, todos), eu sou o off do Louro. Hoje ele me cedeu o espaço em seu blog para fazer um pequeno texto, um pequeno desabafo.

Portanto hoje, e excepcionalmente hoje, não tem piada, não tem frase do dia, não tem história, não tem homenagem. A quem não se interessar, então, fica meus sinceros pedidos de desculpa e minha total liberdade para não ler o que se seguirá. Aos leitores do louro José fake, desculpem-me. Prometo que isto não acontecerá novamente, ok?

Confiança

Hoje eu proponho-me a falar sobre algo chamado confiança.

Confiança, segundo o dicionário Priberam da Língua Portuguesa

confiança
s. f.
1. Coragem proveniente da convicção no próprio valor.
2. Fé que se deposita em alguém.
3. Esperança firme.
4. Atrevimento.
5. Insolência.
6. Familiaridade.

Interessante os diversos significados que esta palavra tem, concordam? Ao mesmo tempo em que definimos confiança como algo intrínseco (1), nosso também o fazemos quando nos referimos a algo externo (2), bem como ao intransitivo (3). Ou seja, independentemente de sua subjetividade intrínseca e extrínseca, você acredita. Vou ficar apenas com estes 3 sentidos que já me bastam para o momento.

Vamos dissertar um pouco sobre cada uma delas?

A primeira, ou seja, a aqui chamada esperança intrínseca, ganhamo-la ao longo de nossa vida. Quando nascemos, com nossos cérebros desprovidos de qualquer amarra, qualquer trava que a vida nos impõe dia-a-dia, temos confiança plena. Mas esta é uma confiança falsa, pois é uma confiança sem consciência. Mas ao longo de nossa vida, vamos vivendo, tendo nossas próprias experiências. E, à medida que vivemos, nos tornamos bons em algumas coisas e ruins em outras. Às coisas que fazemos bem, temos confiança em continuar fazendo. Mas como ninguém é perfeito, mesmo que façamos bem, cedo ou tarde acabamos errando. E frente ao erro, como portar-se? Aqui reside o x da confiança intrínseca. Porque imaginamos que não éramos tão bons quanto achávamos e perdemos a confiança, ou aceitamos o fato de sermos seres humanos, portanto passíveis a erro. E um erro não tira o mérito de acertos ao longo de uma vida. A primeira não era uma confiança real, apenas uma aparente. A segunda é a verdadeira confiança intrínseca. Esta não se perde jamais. Basta sabermos nos darmos o devido valor. Confie em você mesmo pois o mundo gira numa sinergia perfeita. Quem deixa fazer-se desmerecer nunca teve confiança em si mesmo. A este, meu único conselho é: se dê o seu devido valor!!! Se você não o fizer, ninguém o fará. E mesmo que o faça, não será o suficiente para você. Eu, a maior parte das vezes, sempre soube dar-me valor. E nas vezes em que não soube sempre perdi algo que me tinha muita estima.

Passemos agora à segunda confiança, a externa, a extrínseca, ou seja, a fé que depositamos em alguém, que funciona da mesma maneira em que a intrínseca. Assim, quando nascemos, todos são confiáveis aos nossos olhos. Por uma questão subjetiva, com o passar dos anos, passamos a confiar em algumas pessoas e em outras, não. Ao longo da vida, algumas pessoas decepcionam-nos. E as únicas capazes de decepcionar-te são aquelas pessoas que entraram em sua vida de alguma maneira e que, com o passar do tempo, foram-se mostrando, ao menos a seus olhos, confiáveis. São pessoas que tínhamos a mais alta estima, e apunhalam-nos. Algumas nem tem culpa disso, pois você é quem foi ingênuo por acreditar. Já outras são dissimuladas, traiçoeiras, entram sorrateiramente em sua vida e, quando você menos espera, machuca-lhe. E quanto mais próxima mais funda é a ferida. E algumas destas feridas jamais cicatrizam. Todos, com certeza, já passaram por isso alguma vez na vida. As feridas são “marcas de guerra”, que fazem você lembrar-se do que já passou e tentar não incorrer mais nos mesmos erros. Esta não varia muito de pessoa à pessoa, pois ninguém quer ser uma “ilha” e viver isolado o resto da vida, não deixando ninguém chegar perto. Mais criteriosos ou menos, continuamos a confiar em algumas pessoas e noutras, não. Porém às pessoas que desmereceram nossa confiança... esta confiança é igual a um cristal. Depois de quebrada, você pode até juntá-la e colá-la. Mas ela nunca será a mesma coisa.

Sem mais delongas, passemos à terceira confiança. A confiança que convencionei como a intransitiva. E por que intransitiva? Porque não depende de nada. Nem interno (não depende de nos acharmos bons o suficiente para receber em troca as boas coisas da vida) e nem externa (pois não depende do que o mundo lhe oferece para você retribuir). Depende apenas de você. O dicionário usou a palavra “fé” para definir o que as pessoas depositam em ti, na confiança extrínseca. Com a devida vênia eu discordo. Fé, filosoficamente falando, é acreditar naquilo em que não vemos. É confiar, mesmo não tendo nenhum subterfúgio que faça-o fazer chegar a esta “fé”. Portanto, fé enquadra-se aqui. Porque confiamos na perfeita sinergia que é a vida. Sabemos que devemos fazer o bem para receber o bem em troca. Mas por que umas são diferentes das outras? Algumas acreditam e continuam acreditando, mesmo após uma decepção enquanto outras vêem ruir seus postulados antes tidos como incontestes e agora tão frágeis? Umas se tornam amargas, desacreditam da virtude, caminham para a escuridão do isolamento. Outras combatem estoicamente o fel que o desengano nos causa. Estas acreditam que as pessoas são preponderantemente boas. Elas caem por diversas vezes, quando sua fé não deixa enxergar o que deveria. Eu sempre acreditei na virtude humana. Mas confesso cansaço...

Confie em si mesmo, tenha fé em Deus e na vida e, não deixe que as decepções que você fatalmente irá ter torne-o uma pessoa diferente do que é, em essência. Apenas afaste o que for ruim de sua vida. Concentre-se nas coisas boas que ela tem a lhe oferecer. Este é o maior conselho que posso lhes dar e o objetivo que tenho a seguir.


Fiquem com Deus!


Off.